quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eu ainda prefiro o cowboy... e você?

Bergmann, candidato do PSol ao Governo do Estado, está criando um murmurinho chamando os dois principais concorrentes à vaga de governador do Paraná, Osmar Dias e Beto Richa, de "tio cowboy e sobrinho playboy". Eu, entretanto, prefiro o tiozão... vejam esse vídeo e me digam a opinião de vocês!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Insubstituível

Ninguém é soberano. Todo mundo, por mais falta que faça, pode ser substituído. E essa é uma das mais bonitas - e também doloridas - verdades da vida. Por isso que conseguimos seguir em frente com a perda de um ente querido. Esse é o mesmo motivo pelo qual, depois de termos nos descabelado de tanto chorar quando um amor nos abandona, conseguimos encontrar outros olhares e sorrir.
Assim, uma pessoa sensata jamais exigiria de alguém que escolhesse entre si mesmo e outrem. Porque as pessoas, assim como o tempo, são efêmeras. Suas ideias mudam, suas escolhas também. Seus cabelos, suas unhas, seus gostos, sua vida. Tudo está o tempo todo em rotação e translação, junto com a Terra.
Mesmo assim, cada pessoa nova no nosso caminho vem a somar, não a, necessariamente, substituir. Isso cabe às nossas escolhas. Até mesmo à escolha de isolar-se, ofender-se, distanciar-se. Cada um sabe de si o que pode ou não aguentar. E quando deve, ou não, mudar. Substituir. Ser substituído. Seguir.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O seu copo está meio cheio? O meu precisa ser vazio...

- Então, daí eu fiquei faceira, a nutricionista disse que eu posso, sim, comer pipoca...
- Aé? À vontade?
- Não, né... posso comer dois copos de requeijão no máximo duas vezes por semana...
- Mas tem que ser requeijão light?
- ...

domingo, 19 de setembro de 2010

Sandra Rosa Madalena

- Ô Ana Paula, me dá seu celular?
- É só Paula.
- Ah, achei que era Ana Paula...
- É Paula Fernanda - disse, rindo, um terceiro.
- Não, isso eu sabia. Paula Fernanda. Mas achei que era Ana Paula também...



Ps. Eu disse que meu nome era difícil...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Um pouco mais de humanidade

Eu, solenemente, juro consagrar minha vida a serviço da Humanidade (...) Praticarei a minha profissão com consciência e dignidade. A saúde dos meus pacientes será a minha primeira preocupação (...) Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção. O texto acima faz parte do Juramento de Hipócrates, que todo bacharel em medicina precisa fazer para tornar-se, então, médico. Mas todos nós, brasileiros que usamos o Sistema Único de Saúde (SUS), sabemos que não é assim que a coisa funciona. É mais ou menos como o vereador Isidoro Moraes disse na última sessão da Câmara, quando a consulta é particular, o valor é exorbitante, e quando é pelo SUS, o atendimento é praticamente virtual. Colocar os sintomas no google e tentar descobrir o que tem é praticamente o mesmo. Ou melhor, dependendo da circunstância. É como o caso do menino de 14 anos que morreu no Rio com parada respiratória em agosto poque autoridades federal, estadual e municipal não decidiram, a tempo, quem cumpriria a decisão judicial de comprar um aparelho para ajudá-lo a respirar. Foram seis meses de empurra-empurra entre as autoridades para decidirem que alugaria o balão de oxigênio que salvaria a vida do menino. O aluguel sairia, por mês, R$ 520. A vida do menino não valia isso. Duas ou três consultas particulares, sim.

E a gente não precisa ir muito longe. Tampouco acreditar que a falha é apenas no serviço público. Conheço, aqui em Campo Mourão, mesmo, uma pessoa que estava com ‘problemas de evacuação’, por assim dizer, ou diarreia mesmo, em bom português, que pegou sua carteirinha do convênio e foi procurar um médico. Ele, depois, de lhe fazer perguntas absurdas como se queria ser um porquinho-da-granja ou um porquinho-do-mato, decidiu lhe passar uma lista de exames. Afinal, o que o paciente precisava era de uma dieta. Estava acima do peso. Entre os diversos exames, nenhum de fezes. Nenhum que pelo menos fingisse que ele havia se preocupado com o seu problema. Nada. Zero. O paciente teve que recorrer a outro médico, dessa vez no 24 Horas, porque a situação estava incontrolável, e dessa vez, sim, o problema foi resolvido.

Mais, uma mulher grávida teve atendimento negado pelo médico que acompanhava sua gravidez porque, depois de ter um sangramento e correr para uma consulta de emergência, ele disse que não poderia fazer nada caso ela não lhe pagasse. Adiantado. O médico sequer avaliou a possibilidade de que a paciente, que já se consultava com ele desde a descoberta da gravidez, não tivesse tido tempo de sacar o dinheiro da consulta, dada a gravidade de um sangramento durante uma gestação. Recusou-se. E a paciente teve que buscar o dinheiro para, então, ser atendida. E se não houvesse tempo de chegar? E se houvesse mais sangramento? E se o bebê não aguentasse? E se a mãe não aguentasse?

Nós, reles mortais, que não somos chamados de doutor a não ser que tenhamos doutorado, ficamos à mercê de uma pontinha de humanidade desses seres que, salvo raras exceções, se acham deuses. Que acreditam que uma vida não vale R$ 520. Mas que não ficariam intimidados em gastar milhões se fosse a vida de qualquer um de seus filhos.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Recíproco

- Eu posso viver sem Beltrano e até sem Cicrano, mas não sem você!

É, meu bem, eu também. Eu também...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Finally, I found you

Encontrei, depois de tanto tempo, você. Confesso que o procuro há tempos, desde que você decidiu excluir toda sua vida virtual do mapa. E hoje, numa tentativa quase absurda de achar um resquício cibernético que me desse notícias suas, digitei seu nome. Letra por letra, sem esquecer uma. Como se fosse possível, já que elas combinavam sempre de vir à minha mente. Vinham as letras, depois o sorriso e, então, o jeito meigo e doce que outrora me encantou. A propósito, eu já te disse que me encanto fácil? Foi assim a vida inteira. Difícil é o encantamento durar tanto tempo. Tempo.
Óbvio, você não se manteve o tempo todo intacto na minha mente. Mas o fato de eu te procurar tanto prova que, sim, o encantamento há. Sempre houve.
Pequenas coisas sempre me lembram você. As fotos de uma colega que ainda me irrita, mesmo à distância, porque era a ela quem você via. Alguém comentando sobre Kojak numa esquina qualquer. Um bom vinho com uma boa companhia. Ursinhos de pelúcia, sempre. Um sorriso bonito num alguém inseguro. E pronto, lá vem você fazer parte do meu dia.
Queria te contar que voltei a estudar inglês, que estou escrevendo um livro e organizando um casamento. Queria que soubesse que trabalho sozinha num jornal pequeno que cresce a todo vapor. Queria te falar que conheci Buenos Aires e que a cidade é linda. Mas eu queria muito mais saber o que você fez nesse tempo todo. Por onde andou, quem conheceu, quantas vezes se apaixonou. Queria te chamar pra sessões de filme lá em casa de novo, ficar cuidando da sua respiração e vendo, de canto de olho, cada movimento seu. Tanta coisa eu queria.
E hoje eu te encontrei. Meu coração, que sabia já o ritmo a seguir caso você estivesse ali, bateu mais forte. Como antes, como sempre. E minhas mãos tremeram quando os meus olhos constataram que você renasceu ao ciberespaço. Fucei, em tudo o que dava e em tudo o que podia. Admito, apesar do tum-tum-tum e da tremedeira, fiquei um pouco triste ao ver que, ao que me parece, você já não é mais o mesmo. Tampouco eu. Mesmo assim, hoje eu vou dormir feliz. Porque finalmente te encontrei.



"Um sorriso é algo inexplicável. Vem de dentro, enche a alma e incendeia o coração.
Um sorriso melhora um dia. Uma semana. Quiçá, uma vida.
Acredito que todos deveriam aprender a sorrir, mas sorrir de verdade.
Sorriso sincero, amigo, que acaba - ou pelo menos diminui - com qualquer dor.
Toda dificuldade se torna mais branda quando sorrimos.
O sorriso de um reencontro vale a distância e a ausência enfrentadas.
Um sorriso cativa, alegra, desarma. Nos deixa completamente sem defesa, à mercê da vontade alheia.
Sorrindo, todas as lembranças são boas. E cada segundo vivido é mais gostoso com um sorriso.
Se sorrir não vale a pena, então nada mais vale.
Você é como um sorriso. Sempre traz alegria. Faz toda a diferença no meu dia."

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Lucky

Gostava era da plateia. Dos flashes, do glamour. Gostava de sentir-se o centro das atenções porque, quando fechava a porta do quarto sabia: estava sozinha. E estava porque escolheu. Porque assim quis. Porque preferia mergulhar numa realidade colorida que encarar a vida, nua e crua. Preferia acreditar nos contos de fada que narrava que olhar para o lado e ver que havia dor. E que causava dor. Porque lhe doía tudo isso.
Assim, com um copo de vodka na mão, fingia embriaguez. E o show começava. Mesmo que todos já soubessem o fim e ouvissem, a longa distância, os soluços vindos do seu quarto. Ou melhor, quase todos. Aqueles que precisavam ouvir os soluços também preferiam imaginar que eles não existissem. E ficavam calmos quando ela ligava o rádio e ouvia a sua música preferida. Aquela que definia a sua vida.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Direito de resposta

O fato de eu discordar de você não te dá o direito de depreciar a minha opinião, querido. E você estar na minha casa deveria, mais ainda, fazer com que você respeitasse a mim. Fora dali, não, você pode ser boçal quando quiser. Não que deva, mas pode. Na minha casa, não. Agradeça por ter mantido a compostura e não ter lhe mostrado o caminho da porta. Fiz pela amizade que prezo e pela educação que me foi dada. Somente por isso.
E quanto a casar de branco, entenda: nem sempre foi dessa cor. As famílias ricas de antigamente, da época em que a única opção para tingir um tecido era a negra, montavam suas noivas de preto. E era um luxo. Na China, por outro lado, a opção era o vermelho, que representava o amor. Aqui no Ocidente que inventamos a tal da história da pureza que, sim, por nossa criação patriarcal sempre foi imposta à mulher. Mas não, querido, não foi sempre branco. Por muito tempo a cor predominante foi a azul, que impunha o mesmo tom puro à noiva. O branco foi adotado depois da Rainha Vitória, a primeira noiva a entrar de branco, se casar com o Príncipe Albert, no século XIX. As mulheres que a seguiram o fizeram pelo amor, respeito e devoção à rainha que tanto admiravam. Me equivoquei, também. Porque pensei que o branco tinha um significado especial, mas veja só, não tem. Seu uso também ficou associado à pureza e virgindade, mas não é o sentido dado originalmente. Incrível o que a gente descobre com o google, não?
E quanto à pureza e virgindade, encontrei alguém que pode explicar o que eu quero bem melhor do que eu jamais poderia. E quem sabe, assim, te fazer entender que o discurso homofóbico que você tanto procura pode estar dentro de você mesmo. Porque, sim, eu tenho meus preconceitos, infelizmente todos os temos. Contudo, respeito limites e busco entender as diferenças.
Faltar com o respeito com alguém que notoriamente sabe menos que você ou que discorda do seu pensamento é um tipo de preconceito. Nada velado. Nada bonito. Reverso, até. Você é inteligente, é crítico, é perspicaz. Todos sabem. Então, segure você o seu reggae, senão, um dia, é você quem dança.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Cavalo de Troia

A diferença é que ela conhecia a história. Não tinha dúvidas de que aquele cavalo em frente à sua porta lhe traria muita dor. A faria chorar, amargar. Mesmo assim, decidiu deixá-lo entrar. Colocou-o no canto mais bonito da sala, onde todos podiam admirar. Afinal, o último cavalo daquele fora visto pela última vez há muito tempo. Tanto que ela nem sabia contar as gerações que haviam passado. E, no meio da noite, como já esperava, vários soldados saíram, nada sorrateiros, munidos de toda sua insensibilidade e verdades inventadas. Não se importavam se magoavam, a quem magoavam e como magoavam. Seu intuito era magoar e isso eles sabiam muito bem como fazer. Mas ela já sabia disso. Quando carregou, em seus braços, o cavalo para dentro de casa, pensou se devia deixar que lhe atacassem tão friamente. “Sou mais forte que isso”, pensou consigo mesma. O que falassem, o que fizessem, nada poderia mudar seu humor. Nada tiraria, do seu rosto, o sorriso pronto. O ombro amigo. A vontade de ter todos reunidos, como outrora. E assim deixou que a história, mais uma vez, tomasse seu rumo.
A devastação não foi percebida pelos outros que, na tentativa de preocupar-se apenas com o que queriam-sentiam-pensavam, jamais notariam o quanto aquele belo cavalo no canto da sala a incomodava. E entristecia seus dias.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Cachorro de apartamento


Outro dia me disseram que eu parecia menina de apartamento. Não entendi nada. Daí a pessoa me disse que o meu jeito de falar parece, mas que eu não (fiquei feliz depois que ele me explicou o que era). Menina de apartamento é aquela mimadinha, filhinha de papai. Mas, em partes, eu concordo com meu colega. Sempre me considerei bicho da cidade. Não gosto de mato, não diferencio uma araucária de uma roseira (brincadeira, claro!) e descobri o quanto é gostoso correr atrás de patos aos 21, quando meu afilhado ia nascer e fui visitar sua mãe, que morava com os pais na zona rural. E se tudo isso me torna uma menina de apartamento, aí sim, sou. Meu cachorro também.
O Pingo completa sete meses agora, dia 10. O peguei com dois. Na casa do meu tio ele tinha um pátio enorme para brincar, com grama e companhia. Aqui não. Moro numa quitinete. Dois quartos, sala, banheiro e cozinha. Só. E ele passa o dia inteiro ali. Exceto nos quartos, que deixamos fechados.
Há pouco tempo comecei a levá-lo para passear. Sempre que possível, duas vezes por dia. Estamos prolongando nossas caminhadas, mas ele quase morre, tadinho. E, no último domingo, fomos até a casa da Ana, a uma distância de cerca de 6 quadras da minha. Às dez da manhã, sol escaldante. Tínhamos combinado de reunir o pessoal para lavar os carros. O da Ana e o do Dárcio. Lavamos na rua, mesmo. E deixei o Pingo solto, porque ele não foge quando estamos perto.
Confesso, nunca o vi tão feliz. Entrava embaixo dos carros, rolava na grama, se jogava em frente à mangueira. Dava voltas e voltas correndo desesperado. Ficou imundo, coitado. E tomou banho de mangueira. O primeiro banho de que ele não reclamou. Nenhum latido. Nada. Zero. Ficou faceiro com a água que o refrescava debaixo daquele sol quente. E acredito que, se falasse, teria pedido bis.