sexta-feira, 25 de setembro de 2009

"Acertei errando!"

Quinta-feira, dia de fechamento. Lê-se: corrido pra caramba.
Chego mais cedo que o resto do pessoal, como é comum nesses dias. Quando meu chefe chega, ele comenta alguma coisa sobre a data: 24 de setembro.
- Hoje é dia 24, Sérgio?! - pergunto, assustada.
- É sim...
- De setembro?!
- Isso...
- Nossa! Hoje é aniversário do meu tio, tenho que ligar para ele.
- Putz! Ontem foi aniversário da minha irmã e eu esqueci de ligar! Deixa eu ligar para ela.
E pega o telefone. A partir de então, sou apenas espectadora, ouvinte.
- Oi! Tudo bom?! Foi teu aniversário ontem, né, e eu esqu... aaaah... é hoje?! Acertei errando, então! Parabéns, feliz aniversário.
...
Nem precisa dizer que rolei de rir, né?!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Sobre egoísmo e gratidão

Era perto das 20h30 ontem, quando fui dormir. Deitei com o coração apertado de tanta saudade. Dormi chorando.
Acordo, às 21h30, mais ou menos, com a minha colega de casa chegando.
"Paula, você está aí? Vou fechar a porta, tá?!..."
"Jane?! Oi... tudo bem?"
"Ai, Paula, não..." - e chorou. Como chorou. - "Eu tô com uma saudade da minha mãe!"
Sentou na cama, a abracei. O que fazer numa hora dessas, além de me sentir a pessoa mais egoísta do mundo?!
A mãe da Jane se foi quando ela tinha 13 anos, por causa de um câncer. E ela, sempre tão forte, tomou as rédeas da casa. Ajudou o pai a criar os irmãos mais novos, que a têm como uma mãe. Mas ela também é filha, também é gente, também tem medo. E saudade.
Se para as minhas maiores saudades há pouco que se possa falar, o que dizer à dela? Sim, perdi meu avô e isso ainda é muito recente para mim. Mas não consigo sequer suportar a ideia da ausência do meu pai ou minha mãe. A simples suposição disso me engasga, me deixa sem o que falar - ou pensar.
"Ai, Paula, eu não tô duvidando da justiça do Cara Lá de Cima, mas ele bem que podia ter deixado minha mãe um pouco mais com a gente. Um pouco mais. Até a Joana Paula crescer, pelo menos. Até eu me formar..."
...
Depois de acalmá-la, antes de dormir, fiquei pensando nisso. E no quanto preciso agradecer em poder dizer "te amo, tô com saudades" e poder ouvir um "eu também".

domingo, 20 de setembro de 2009

Sobre solidão coletiva e solidão, mesmo

Domingo à tarde me obrigo a ir ao trabalho adiantar serviço, para o domingo não passar tão à toa quanto o sábado e a sexta à noite. E, nisso, me pego pensando no quanto, mesmo com amigas muito especiais aqui, estou sozinha.
E no quanto ficar sozinha não me preocupava, da primeira vez que fui morar sozinha em minha vida. Eu tinha 18 anos e aquela solidão toda tinha um gosto gostoso de liberdade. Mesmo que a liberdade não fosse financeira - ali a gente não tinha muito bem essa noção do quanto liberdade está, sim, ligada ao poder fazer o que você quer com o seu próprio dinheiro, conquistado por você mesmo.
Era o começo de uma nova fase, quiçá uma nova vida. Ali, naquele ambiente universitário, solidão era uma coisa tão comum que todo mundo se unia pra ficar sozinho juntinhos. Lá, não existia sexta à noite quieta, sábado, nem que chuvoso, solitário, e domingos trabalhando - porque a solidão de todos, ali, fazia com que nos juntássemos todos os dias, nem que fosse pra assistir TV, comer miojo e jogar truco (ou tranca, ou imagem e ação, ou sueca, ou qualquer coisa...). Era uma solidão coletiva, gostosa, companheira. Era uma solidão - por que não?! - feliz.
Agora, da segunda vez que vivo só, essa solidão não é assim. Tenho, sim, amigas, e boas amigas aqui. Mas, quando se é 'gente grande', cada um tem sua vida, seus problemas, suas coisas para cuidar. E eu não posso exigir delas que venham acompanhar minha solidão - seria egoísmo demais de minha parte. Sei que, vendo assim, essa liberdade de agora é muito menos gostosa que a de outrora, mesmo que maquiada. E muito mais vazia. Só que a gente cresce e isso faz parte da vida. E é assim mesmo. Um dia a menina vira mulher, e ela tem que aprender a lidar com isso. E pronto.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A Supremacia Dinda

Uma conversa ao telefone.
- Ai, Paula, precisa ver. Quando perguntam onde passamos o final de semana, o Marco não diz que foi na casa do pai nem da avó. Diz assim: 'na dindinha'.
...
(Diz que não é cria minha, diz...)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Bons amigos

Não sei por que a gente se ilude achando que as pessoas não são capazes de coisas que nós não somos. Ou que não somos pois não passamos pelas mesmas circunstâncias. Porque o ser humano é mutável, cheio de dúvidas e de certezas que variam, com o passar do tempo.
Eu acreditava, quando era mais nova, que ia casar virgem. Hoje nem sei mais se vou casar. Se quero casar.
As pessoas são assim. Cada um enxerga o melhor ângulo que pode ver. O prisma que lhe é mais bonito, mais conveniente. E, se amigos são a família que a gente escolhe, tem que aprender a lidar com isso. Porque se, muitas vezes, os laços de sangue não falam mais alto, imagine esses, construídos em cima de tempo, apenas.

"Não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso."
(Willian Shakespeare)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Um elefante incomoda muita gente...

Adoro trabalhar aqui no jornal. O clima é gostoso, não é puxado demais (apesar de que, nos últimos dias, tem sido barra!!!) e tenho liberdade (até certo ponto) para decidir o que é ou não é.
Entretanto, ter que obedecer a ideias distintas de 4 (ou 5) sócios diferentes me mata. E eu precisava desabafar isso.