quarta-feira, 26 de maio de 2010

Ôôô nomezinho difícil...

Quando nasceu, a sentença: Paula de Assis Fernandes. Assim, olhando de relance, parece um nome comum, fácil, até. Nada de firula, nada muito difícil. É o que pensam.
Até que a menina cresceu. Um pouco abalada, talvez, porque, enquanto seu nome significava coisas como pequeno, humilde, de baixa estatura e cidade pequena, o de seus irmãos imperavam sobre si: presente de Deus e deusa da ilusão. Entretanto, a vida passou e a menina aprendeu a amar o seu nome. Mesmo que ele fosse difícil de ser lembrado.
Seu treinador de futsal sempre gritava: "Carla, volta pra defesa", enquanto a professora de matemática a chamava de Maya, incessantemente, mesmo que esse fosse o nome da irmã.
Outras pessoas lhe impunham o Bruna, que diziam ser sua cara. E, para seu descontentamento, o Ana.
- Oi, como é seu nome?
- Paula.
- Então, Ana Paula...
- Não, não. É Paula. Sem o Ana.
Quando, por fim, a menina virou mulher e o Paula passou a ser Paula Fernandes (não, não a cantora), quase sempre se esquecem de acrescentar-lhe o Ana. Agora ela não é mais a Ana Paula. É a Paula Fernanda.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Descomplica




Mulher é bicho complicado, qualquer homem concorda. Mas eu sou a mais complicada de todas. A mais indecisa. A mais instável. Digo isso porque, sim, eu sei que quero, mas não quero só isso. Ou melhor, já acho que não quero. Ah, sei lá, vocês entenderam.
O melhor mesmo é curtir um Móveis Coloniais de Acaju pra descontrair. E descomplicar.


Descomplica
Móveis Coloniais de Acaju

Tira o céu da nuvem, vejo algodão
Um vão sem ter buraco, vira chão
Deixa de ser

Muro sem cimento, sobra sedimento
Mesmo sem palavra, mudo fala
Deixa de ser

Cá pra nós, não é preciso complicar para dizer

Seja lá onde for
Deixa o sol te levar
Tira o lar do lugar vem pra cá

Sem ter luz ou luar
Siga o brilho que for
Te guiar só pra cá, meu amor

Simples movimento tiro o ar do vento
Evento sem retrato, esquecimento
Deixa de ser

Pões lembrança na saudade, vira idade
Cinto sem maldade, castidade
Deixa de ser

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Parafraseando Paulo Setúbal

De todos que me beijaram*

De todos que me beijaram
de todos que me abraçaram,
já não me lembro, nem sei!

São tantos os que me amaram,
são tantos os que amei!

Mas tu (que rude contraste),
tu - que jamais me beijastes,
tu - que jamais abracei,

só tu nesta alma ficastes
de todos os que amei!

...
Poeminha lindo que conheço há tempos. E que, no momento, me lembra muito de alguém... Original aqui.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Tem coisas... que só a dona Maria faz por você!

O celular toca.
- Oi, dona Maria, tudo bem?
Pausa para explicação. Dona Maria é minha avó, Zelinda, que não sei por que cargas d'água ganhou o apelido que carregou a vida toda, sendo chamada assim por filhos e netos.
- Oooo fia! Brigadão, viu? Amei o presente!
- Ah, a senhora gostou, dona Maria? Que bom! Chegou com cartão?
- Chegou sim. Tá escrito 'Que seu dia possa ser melhor com cheirinho de café fresco'. Adorei. Mas me explica uma coisa... o que que é esse trem aqui da Folha de S. Paulo que você mandou junto?
- Oxi. Que trem, vó?
- Um jornal aqui que você botou dentro da caixa.
- Não, vozinha, eu não mandei, não. Comprei no submarino, na internet. Eles mandaram direto para a sua casa.
- Aaaah (surpresa!)...
Nisso ela comenta com alguém que está perto. Um dos meus priminhos, imagino.
- Uai, fio, sabia que esse trem veio direto da internet aqui pra casa?
Não aguento. Não consigo conter os risos.
- Minina! Do que você tá rindo? É da sua avó, é? Que falta de respeito! Uai! Veio da internet, não veio?

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Violação de correspondência

Olá, meu querido,

depois de tanto chorar, de tanto brigarmos e de até tentarmos nos entender percebi, hoje, que você respeita os seus sentimentos, apenas. Ou por que outro motivo insistiria tanto para que eu fosse visitá-lo? Já pedi para que parasse de me dizer as coisas bonitas que dizes, já que o que me mostra é o contrário.
Por que, então, não entender os meus motivos? Só os seus são satisfatórios? Quer que chegue aí e me sinta uma tonta tentando fazer parte de alguma coisa?
Não, meu querido, isso não.
Espero, sinceramente, que você seja feliz. Muito. Mas nem por isso eu faço questão de saber dos detalhes sórdidos.
Por fim, pretendo não mais te ligar. Estou cansada de sempre ser eu a ir atrás quando, por vezes, brigamos. Parece que depois que nos afastamos você se mostra uma pessoa que jamais eu havia conhecido, antes. Como já disse, seja feliz. Agora eu vou buscar a minha outra metade aqui.

Com carinho,
Paulinha