terça-feira, 25 de setembro de 2012

Tum-tum

Tinha apenas quatro meses e toda a vida pela frente. Seu pequeno corpo ansiava pela vida. Lutava, quando outros já teriam desistido. Faltava-lhe um pedaço, nasceu com um buraco no coração. Mesmo assim batia, ávido. Pulava incansavelmente para fazer com que lhe amassem, que estivessem ali. E estavam. Até o último minuto. Até quando seu pequeno coraçãozinho cansou. E decidiu que era hora de parar. Mas viveu, amou e foi muito amado. Triste é pensar que outros tão inteiros, tão maciços, já não sabem para que batem. Criam um buraco muito mais difícil de tapar. E amargam suas vidas.