segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Meu pedacinho de Goiás

Jataí é, sempre foi, meu pedacinho de Goiás. Não que as outras cidades não sejam boas, mas Jataí é especial. A maior parte das boas memórias que tenho, de Goiás, aconteceu nessa terrinha. Foi aqui a última vez que vi o seu Ney bonzinho de tudo. Quando se mudou pra Goiânia, o vovô já estava bem doente. Aliás, foi o tratamento, que Jataí não oferecia, o motivo principal da mudança do seu Ney e da dona Maria para a capital do estado.
O interessante - e triste - é que, mesmo gostando dessa terra, ela foi se perdendo de mim, pouco a pouco. Primeiro com a partida do vô Nano, que confesso não me lembrar tanto, já que vim poucas vezes para cá, quando pequena. Mas lembro da alegria que era estar em sua casa, com a vó Maria - não a mesma ali de cima, essa se chamava Maria mesmo. Como a mãe da vó Inha, Maria, também. A dona Maria, do seu Ney, a minha vó Inha, não se chama Maria. Chama-se Zelinda, mas desde que me entendo por gente, os filhos a chamam assim. E nós, os netos, herdamos o costume.
Lembro-me do vô Nano com o artefato que parecia um cone que colocava no ouvido para entender o que o dizíamos. Lembro o tanto que estranhava aquilo. Também lembro da vó Maria, essa mesma casada com o vô Nano, dar-nos bronca com mão levantada e o dedo que faltava no meio. Eu era ainda novinha quando eles se foram, e lembro da dor da minha mãe ao receber a notícia. Doeu em mim vê-la daquele jeito, mas nunca pensei que fosse entender o quanto poderia doer. Hoje eu sei.
Depois, grande, quando a vó Inha e o vô Ney deixaram o Paraná e vieram para sua terra natal, passei a vir com mais frequência para cá. Afinal, era a primeira neta, o xodó, e sentia muita falta da presença constante dos avós. E, com as visitas, conheci melhor a grande família que tenho espalhada por aqui. Convivi com o vô João e com a outra vó Maria, aprendi um tanto com eles. Sobre truco - vô João era um jogador exímio -, sobre mim, sobre a vida. E sobre a efemeridades dela. Assim, com a partida dos meus avós para a capital, e a partida dos meus bisavós e meu avô, também, para o mundo espiritual, Jataí se perdeu de mim. Mesmo que aqui ainda hajam tios, tias, primos e primas, todos muito amados.
E hoje, quando entramos na cidade, eu e vó Inha, a nossa dona Maria, foi inevitável chorar. Porque meu pedacinho de Goiás já não tem a mesma cara, a mesma vida. Continua sendo meu, mas a certeza da falta deixa um buraco grande. E a vontade de poder viver o que já foi outrora, mas que não se pode, mais.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

15 de fevereiro

É, o tempo passa. A saudade, essa fica. E essa música diz tudo, porque ela conta de você. Porque você foi campeão, seu Ney. E eu não tenho mais palavras. 4 anos, já...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Elementar, meu caro...

Meu pai é gaúcho. Colorado e bom assador, como diz a placa que lhe demos, eu e meus irmãos, no Natal. E eis que conheço um rapaz, também gaúcho. Porém gremista. Quando as coisas começaram a ficar mais sérias, pensei diversas vezes em como contaria ao meu pai. "Pai, tenho uma notícia, mas ela pode ser boa ou ruim", pensava. Pois bem, comecei a namorar. Antes que meu pai descobrisse pelas redes sociais, decidi lhe contar. Via SMS.
"Paizinho, estou namorando. É um gaúcho."
Minutos depois, a resposta. Também por SMS.
"Que legal, filha! Fico feliz. Obs. Mas ele não é gremista, né?!"
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Obviedades. O mundo está cheio delas!