sábado, 12 de abril de 2014

Gorda

Nunca entendi - nem consigo entender - porquê as pessoas tentam ofender umas às outras. Especialmente quando essa "ofensa" é ressaltar uma característica da pessoa que foge aos padrões impostos e quase inalcançáveis da mídia. Gorda, baixinho, vara-pau.
Sempre penso que, quando alguém olha pra mim e me diz (ou pensa): GORDA!, querendo me xingar, devo ficar feliz. Afinal, se esse é o único defeito que encontrou em mim, então, meu bem, eu tô bem. E como!

segunda-feira, 10 de março de 2014

Ainda assim

- Vó, você é meio 'feínha', mas eu te amo mesmo assim.
Na mesma hora, a menina levou uma bronca dos pais, que estavam sentados no banco da frente do carro. A avó riu e disse para que não ralhassem; as crianças falam com o coração, ensinou.
E falam. Foi com o coração que a menina aprendeu a olhar a avó. Aqueles olhos não estavam acostumados às marcas que a vida lhe trouxera e, inocente, não conseguiam entender a beleza que viam ali.
Contudo, o mesmo tempo que marcou o rosto da avó lhe ensinou, calma e morosamente, que cada um daqueles detalhes tinha seu valor. Que era a junção deles que mostrava tudo o que havia vivido. Que tinham a sabedoria para ensinar, à neta, que era a verdade que importava, não as convenções sociais.
E hoje, com a certeza de quem só consegue enxergar com o tempo, a menina - já não mais tão menina - sabe que pode dizer que, sim, sua avó é linda. E ela a ama ainda assim.


sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Papel ou algodão?

Nesse mês temos dois marcos importantes na nossa história. O primeiro, no dia 08, são os nossos dois anos de namoro. E o segundo é antes, ainda, mesmo que eu não me lembre da data certa - o que é raro! - o primeiro ano em que dividimos muito mais do que as contas, as nossas vidas. Neste um ano, que sabemos bem que não foi fácil, aprendi muito com você. Especialmente a ter paciência (e ainda tenho um tanto a aprender, né?!) e a ceder, para evitar problemas maiores.

A questão é que nem sempre é fácil. Aliás, nunca é. Nem pra você, acostumado às mordomias que só os pais sabem nos dar, nem pra mim, que já tinha costumes e manias de um caminho trilhado cedo pelas próprias pernas. Mesmo assim, decidimos nos dar uma chance. E outra. E outra mais. Porque percebemos que o que construímos é bom e certamente vale a pena.

Por ora, quero agradecer. Pela paciência, pelos momentos bons, por esse ano juntos. Esses dois anos na minha vida. Amo você.