Enquanto fui arrumar minha mochila para voltar para casa, ele me observava. Coloquei-a nas costas e, quando saí do quarto, ele entrou. Pegou a mochila de rodinhas e a trouxe arrastando em nossa direção.
- Tchau, mamãe. Vou morar com a dindinha uns dias.
- Como assim, morar com a dindinha?
- Eu vou pra 'Camorão' com ela...
- E vai me deixar sozinha?
Na tentativa de comover o pequeno que dizia que iria deixá-la por uns dias, e talvez até mesmo por perceber que, mesmo tão novo, era já tão independente e decidido, ela fingiu chorar. Colocou a mão sobre o rosto e fez o barulho que o filho, ao ouvir, soube exatamente do que se tratava. Dono de um coração puro e de uma sensibilidade incomum aos seus três anos e meio, ele acariciou a perna da mãe, como quem consola a alguém que ama, e deu fim à conversa.
- Não chora, mamãe. Vou morar com a dindinha só um pouquinho, tá?
Incrível! Sabemos tudo ao nascer, apenas esquecemos como vê-las.
ResponderExcluirCrianças nos surpreendem.
ResponderExcluirExalam o amor, e, como disse o Leo, a sabedoria.
Marco, lindo.
E só essa mãe sabe o quanto a independência e a deteminação ogulham e doem.
ResponderExcluirLindo, Dindinha.
Lindo. Muito.
ResponderExcluirE a descoberta da Graci, então... tanta verdade!