segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Retorno

Não, não é quando subo no ônibus para voltar para casa que começa o meu retorno. É quando eu entro no ônibus que me leva ao passado. Que me faz reencontrar amigos queridos. Que me faz ficar até tarde numa balada só matando a saudade. Ou passar um domingo chuvoso inteiro jogando pontinho, só pela agradável companhia.
Quando subo no ônibus para voltar para casa, transcendo o tempo. Ele me traz de volta à realidade, mais que à minha cidade. Me traz a saudade e o aperto que me lembram que, sim, sinto falta - e como sinto - dos meus amigos de colégio. De toda a vida, já que o colégio já se foi há tempos e eles continuam ali. Mesmo que não mantenhamos contato, todo reencontro é uma delícia. É uma surpresa. Uma saudade. Mais uma saudade. Mais saudade.
Eu vivo de saudades. E, apesar do aperto no peito que me causam, me deixam feliz. Porque só sente saudade quem ama. E só deixa saudade quem foi amor. Eu amo, e como amo. Espero que seja, também, amor.

2 comentários:

  1. É lógico que é amor. Se não fosse, a saudade era menor e não tão expressiva.Eu vivo de saudade também. Sinto falta, com frequência, daqueles que um dia fizeram parte de minha vida e que, por algum motivo, já não estão mais comigo. Essa saudade é doce. Embora fique amarga de vez em quando, por ser bastante!

    ResponderExcluir
  2. Filha, que lindo este texto!!!!
    :)
    Amei!
    Eu também vivo de saudade... mas acho que nunca consegui colocar em palavras, de um jeito tão bonito, este jeito de viver...

    ResponderExcluir