segunda-feira, 18 de outubro de 2010

(Sub)traída

Prezava pela sinceridade. Doesse a quem fosse. Até a si própria. Não negava os seus erros nem os jogava nas costas de terceiros. E vivia assim, assumindo as suas e, por vezes, as culpas alheias. Não tinha medo do medo e aproveitava cada respiro. Cada raio de luz, cada cheiro no ar. Ainda assim, por mais que quisesse, não conseguia evitar os sentimentos alheios. Talvez aceitasse situações desde que não precisasse conviver com a dor que causara. Talvez pensasse demais no que faria os outros sentirem antes de cada passo, cada olhar, cada intenção. Talvez, por isso, fosse subtraído, a cada dia, um pouco do brilho do seu olhar.

3 comentários:

  1. Eu me sinto assim, totalmente (sub)traída. As pessoas desconhecem a verdade, o respeito. A sinceridade.Uma pena.

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  2. Ah, subtraio, sou subtraída... mas já passei da fase de passar anos remoendo ou colocando a culpa nos outros ou em mim. Propositalmente ou não, saldos negativos irão sempre fazer parte da minha rotina e isso é fato. E é nossa responsabilidade ir atrás dos pontos positivos pra manter o próprio equilíbrio. Amei o título, Paulinha!

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