O fato de eu discordar de você não te dá o direito de depreciar a minha opinião, querido. E você estar na minha casa deveria, mais ainda, fazer com que você respeitasse a mim. Fora dali, não, você pode ser boçal quando quiser. Não que deva, mas pode. Na minha casa, não. Agradeça por ter mantido a compostura e não ter lhe mostrado o caminho da porta. Fiz pela amizade que prezo e pela educação que me foi dada. Somente por isso.
E quanto a casar de branco, entenda: nem sempre foi dessa cor. As famílias ricas de antigamente, da época em que a única opção para tingir um tecido era a negra, montavam suas noivas de preto. E era um luxo. Na China, por outro lado, a opção era o vermelho, que representava o amor. Aqui no Ocidente que inventamos a tal da história da pureza que, sim, por nossa criação patriarcal sempre foi imposta à mulher. Mas não, querido, não foi sempre branco. Por muito tempo a cor predominante foi a azul, que impunha o mesmo tom puro à noiva. O branco foi adotado depois da Rainha Vitória, a primeira noiva a entrar de branco, se casar com o Príncipe Albert, no século XIX. As mulheres que a seguiram o fizeram pelo amor, respeito e devoção à rainha que tanto admiravam. Me equivoquei, também. Porque pensei que o branco tinha um significado especial, mas veja só, não tem. Seu uso também ficou associado à pureza e virgindade, mas não é o sentido dado originalmente. Incrível o que a gente descobre com o google, não?
E quanto à pureza e virgindade, encontrei alguém que pode explicar o que eu quero bem melhor do que eu jamais poderia. E quem sabe, assim, te fazer entender que o discurso homofóbico que você tanto procura pode estar dentro de você mesmo. Porque, sim, eu tenho meus preconceitos, infelizmente todos os temos. Contudo, respeito limites e busco entender as diferenças.
Faltar com o respeito com alguém que notoriamente sabe menos que você ou que discorda do seu pensamento é um tipo de preconceito. Nada velado. Nada bonito. Reverso, até. Você é inteligente, é crítico, é perspicaz. Todos sabem. Então, segure você o seu reggae, senão, um dia, é você quem dança.
Minha querida, gostei do post. Gostei muito. E também do link - que texto muito lindo. E fiquei curiosa, muito, sobre o que aconteceu. Mas mesmo sem saber, pensei em alguns ditados populares que talvez caibam aqui... :)
ResponderExcluir"A ignorância é a mãe de todos os males."
"Cada qual é para o que nasce."
"Cão de caça vem de raça."
"Não se deve jogar pérolas aos porcos."
"Nem tudo o que reluz é ouro."
"Os cães ladram e a caravana passa."
"Por fora bela viola, por dentro pão bolorento."
"Para quem é, bacalhau basta."
"Quem nasceu para burro, nunca chega a cavalo."
...
Tem mais algumas, mas acho que estas expressam o que gostaria de dizer. Pra completar: tenho mó orgulho de você, do ser humano que você é, do respeito e gentileza que você sempre dedica às pessoas, amigos ou não. E tenho muito orgulho de você não levar desaforo pra casa (mesmo que tenha acontecido dentro de casa...), sempre na maior classe. :)
E pra terminar, recado de Pessoa pra você: não esqueça que "tudo vale a pena se a alma não é pequena."
:)
Paula, parabéns!
ResponderExcluirFoi um dos melhores textos que já li seus.
Ah, e branco lá na Índia, é cor de viúva. Foi a novela da Maia que me ensinou... :P
Quanto à preconceitos e ignorância, lute apenas contra os seus... pq tentar mudar a cabeça de ovo de algumas pessoas é inútil.
Saudades, Paulinha.
Ardido, tal qual você é quando quer.
ResponderExcluirInteligente também. Bons argumentos construídos à sua maneira. Bom, muito bom o seu texto.